terça-feira, 15 de julho de 2014

O problema das drogas

Recentemente, recebi uma correspondência de um leitor, mencionando que usara oximetolona (Hemogenin) por algum tempo e obtivera resultados excepcionais, mas, após ter parado por um período, retornara à administração, mas a substância não mais fazia o efeito anterior mesmo que aumentasse a dose estratosfericamente. Ainda menciona que conhece alguns “profissionais” que utilizam dez comprimidos por dia da substância ( 500 mg ) e continuam a obter resultados.
Se você conhece um pouco de química ou está inteirado sobre os efeitos colaterais de alguns esteróides anabólicos, especialmente os desta droga em particular, deve ter ficado perplexo por tamanha dose. Se você já está dentro do mundo do culturismo competitivo já deve ter ouvido ou presenciado barbaridades como esta e muito piores. Tenho algumas considerações a fazer a este respeito :
1- Se 200 mg de nandrolona ( Deca-durabolin) pode fazer com que alguém ganhe 3 kg ao final do período de tratamento de 6 semanas, isto não quer dizer que 2.000 mg de nandrolona fará com que a mesma pessoa ganhe 30 kg ao final do mesmo período, ou seja, os ganhos não são diametralmente proporcionais à dosagem. Tem muitos garotos mal informados que tendem a pensar assim. Empiricamente, considera-se uma boa dosagem individual a de 1 mg por quilo de peso por semana. Ou seja, se você pesa 100 kg, aplicando 700 mg por semana teria um bom resultado. Mas esta já é uma dosagem muito perigosa no que diz respeito à salientação dos efeitos colaterais;
2- Dosagens muito elevadas tendem a fechar os receptores celulares, muito embora existam drogas que tenham mais afinidade aos receptores do que outras. Tão logo uma droga tenha entregue a sua mensagem a um receptor celular, é melhor que a mesma continue a sua viagem e entregue a mensagem a outros receptores celulares, mas se esta se aloja no receptor impede que mais mensagens sejam entregues. A mesterolona (Proviron) é a droga que mais promove este efeito por isto é utilizada como anti-estrógeno, pois permanece no receptor, bloqueando as mensagens de outras substâncias. Por outro lado, a mesterolona é a pior droga para ganhos demassa muscular;
3- Atletas de alto nível não administram descomedidamente drogas durante longo período de tempo. Não conheço nenhum atleta sério que tenha administrado mais do que 100 mg de oximetolona por dia e, mesmo assim, utiliza-se esta droga pelo período máximo de 5 semanas e em dias intervalados. O que muitos garotos ainda não perceberam é que atletas de alto nível, na realidade, utilizam uma série de medidas para obterem extremo desenvolvimento muscular tais como a combinação de diversas drogas analógicas e não apenas a de esteróides anabólicos;
4- Para reduzir os riscos da utilização dos esteróides anabólicos e garantir ganhos contínuos, atletas ciclam os mesmos. Se um atleta utiliza um ciclo de X semanas, deveria dar um intervalo de pelo menos um período X ou X + X/2. Isso irá favorecer a retomada da produção natural de testosterona e a redução dos possíveis efeitos colaterais.
Vejam os problemas gerados pela ignorância sobre o uso de qualquer droga, auto-medicação já é um problema em nosso país onde o controle de drogas e o sistema previdenciário é precário. Associado à desinformação, não me espanta a preocupação de médicos mais conscienciosos. Prefiro discutir abertamente este problema e evitar abusos do que reter a informação e termos no futuro próximo adultos com distrofias de vísceras. Prefiro mencionar a efetividade de 350 mg de oximetolona por semana do que ver pessoas administrando 500 mg por dia. Percebem?
Na Inglaterra, calcula-se que cerca de 85% dos estudantes utilizaram ou utilizam drogas
“recreacionais” como o Extasy e Speedy ( anfetaminas ). A sociedade Inglesa, sabendo da
impossibilidade de impedir a comercialização dessas drogas, dentre outras medidas, adota o esclarecimento de como administrá-las corretamente para evitar efeitos como severa
desidratação que pode levar inclusive a óbito.
Recentemente, participei de uma mesa redonda em um encontro de Educação Física em Poços de Caldas, a tradicional ENAF. Quando fui ao encontro, tinha conhecimento de que seria alvo de perguntas e acusações capciosas por parte de alguns profissionais que não se conformam com o fato de que alguém possa colocar neste país conhecimentos compatíveis com a realidade sobre a utilização de drogas anabólicas. Ainda existe um segmento repressionista no Brasil originado nos anos de ditadura militar, sei exatamente do que estou falando porque eu mesmo estive no Exército Brasileiro durante os últimos 5 anos de governo militar, cursava a Academia Militar das Agulhas Negras. Estas pessoas preferem tratar o cidadão como eternos oligofrênicos irresponsáveis, paternalizando-os ao extremo. Provavelmente, são os mesmos contrários à venda de revista Playboy nas bancas de jornal, pois segundo estas pessoas, os “jovens” podem ser mal influenciados e saírem, cometendo estupros por aí ou se acabando em masturbação física e mental. Não consideram que a curiosidade é que pode causar efeitos devastadores e ainda sonegam a liberdade de escolha de nós, humanos. Responsabilidade, probidade e coerência não se obtêm por opressão. Na Inglaterra, a idade mínima para dirigir é de 16 anos e os pais não
precisam se responsabilizar por possíveis infrações dos filhos, se um adolescente comete um crime vai parar na cadeia não importa filho de quem seja.
Outra acusação é a de que o meu livro Musculação Anabolismo – Total não possui
fundamentação científica, mas quem a fez, um professor que desconheço o nome, provavelmente um cientista de laboratório, sem nenhuma experiência prática significativa, sequer se deu o trabalho de verificar o final do mesmo onde coloco as referências dos trabalhos que foram pesquisados. Gostaria de esclarecer que:
1- Muito embora, por erro de gráfica, na primeira edição foram excluídas 8 referências
bibliográficas, este material foi elaborado baseado em pesquisa literária, mas, principalmente, na minha experiência profissional, trabalhando e treinando durante anos ao lado de profissionais do culturismo, boxe, kickboxing, rugby e outros esportes;
2- Eu não realizei este trabalho para agradar à comunidade científica, mas, sim, para atingir quem mais necessita de informações, ou seja, alunos de academias e atletas que não tem onde se apegar. Dessa forma, o linguajar é simples e não existem as puxadas referenciais no texto;
3- Obviamente, muitos dos fatos mencionados no livro não são baseados em fatos científicos comprovados, mas são o que se utilizam no mundo do culturismo profissional e são considerados como verdadeiras pilastras por muitas décadas.
Certos indivíduos “ditos científicos” desconsideram tudo o que não foi provado através dos meios científicos correntes, ignorando fatos empíricos. Se Mengele ainda estivesse vivo, muito provavelmente uma série de questões já teriam sido solucionadas tais como a prova científica da efetividade da combinação de 200 mg de nandrolona por semana com mais 25 mg de metandrostenolona por dia. Porém, provavelmente, alguns de nós brasileiros também teríamos sido utilizados como cobaias pelo simples fato de não sermos arianos. Ainda bem que regimes extremistas estão sendo eliminados da face da terra e que a ciência encontra algumas barreiras.
Precisamos muito de cientistas, pois formam a base sólida para o aprimoramento da humanidade e de seus recursos tecnológicos, mas negar a existência de Deus, o qual cientificamente não pode ser provado, é negar a própria existência e a de todo o universo que nos cerca.

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